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Resenha Literária: Desespero de Stephen King

 

Resenha Literária: Desespero de Stephen King

Por: Natty Faria e Gabriel Manoel


Título: Desespero
Autor: Stephen King
Editora: Suma das Letras
Ano de lançamento: 1996

"Um gato espetado numa placa da Rodovia 50 – uma das mais solitárias dos Estados Unidos – revela que nem sempre é fácil chegarmos ao nosso destino. O professor Jackson e sua esposa, a família Carver e o escritor Jonh Marinville sabem disso. O trajeto até a cidade de Desespero indica que a viagem será sombria e assustadora. Afinal, ao longo deste insólito caminho existe Collie Entragian, um louco disposto a fazer das suas palavras a própria lei. Quem conseguirá sobreviver? Este é o ponto de partida do novo romance de Stephen King, “Desespero”.
Neste romance, o grande mestre descreve a luta apocalípitca entre Deus e o demônio que acontece na pequena cidade de Desespero. O terrível personagem Entragian é apenas uma ponta visível de um terror que tem longos e poderosos tentáculos. O confronto é cruel e literalmente desesperador…. Prepare o seu fôlego e embarque nesta trama alucinante do mestre King."



Desespero já começa com o gato morto na placa – um presságio de todos os terrores envolvendo animais que é relatado neste livro.

A história de Desespero se passa durante um único dia, com flashbacks que inteiram o leitor a respeito dos personagens e do passado da história. No começo, temos a família Carver, o escritor John Marinville, um veterinário bêbado Billingsley e Mary, todos tentando sobreviver ao policial inumanamente grande Collie Entragian. O policial pegou quase todos – exceto o veterinário – na estrada que passa por Desespero, na Rodovia 50, e já havia matado a filha mais nova da família Carver e Peter, o marido de Mary.

Collie Entragian parece ser apenas um vilão doido no começo do livro, o tipo de policial corrupto que arma para prender pessoas e que fala coisas sem sentido e mistura ameaças com frases simples enquanto está falando. As coisas vão piorando quando ele começa a se deteriorar – fisicamente – e o veterinário conta aos outros que ele não era “tão grande assim” há alguns dias.

Contrariando leis da física, David, o filho da família Carver e um menino religioso, consegue escapar pelas grades, e ajuda os outros a fugirem depois que Entragian pega sua mãe. Enquanto estão escondidos em um cinema abandonado, Steve, o assistente de John, Cynthia, uma garota que ele pegou na estrada e Audrey, que eles conheceram ali mesmo em Desespero, se junta aos fugitivos. Billingsley percebe que Audrey é como Entragian, mas acaba morrendo atacado por um puma.

Audrey tenta matar David, mas acaba morta. David, inconsciente, descobre a verdade sobre Desespero e qual a missão deles naquela cidade, que culmina no sacrifício final de dois personagens e no trauma eterno para os outros quatro.

Desespero é um livro religioso, na minha opinião. O grande problema da cidade está no demônio Tak, que possuiu Collie Entragian, a mãe de David, tenta possuir Mary e pode possuir e controlar animais: urubus, águias, escorpiões, aranhas, cobras, coiotes, lobos, pumas... Ele usa os animais para aterrorizar e para atingir seus fins na cidade desde que foi libertado por um deslizamento da mina, onde os chineses trabalhavam. Com a ajuda de Deus – e muito sofrimento – a mina é explodida, enterrando Tak (esperamos que para sempre). Afinal, Deus sempre vence.

O que jamais poderiam imaginar é que esse Deus é cruel. E sua crueldade está levando-os a fundo da história da cidade, para descobrirem o que exatamente estava comandando o policial Entragian. Percebemos então, que tudo se volta para David e para a missão que Deus tem para o menino naquele lugar. A lenda da cidade, que gira em torno da Mina do China, e de uma força muito mais poderosa que estava ali enterrada e que agora estava à solta e que tipo de sacrifícios seriam necessários para poder sair dessa vivos.

Ao longo do livro, uma série de questionamentos religiosos nos acompanha, mas o mais importante é: Deus pode ser cruel, mas também é amor, porque Deus é e está em tudo. A pergunta é: o quanto você está disposto a confiar que a vontade Dele é para o melhor? 

Em 23 de maio de 2006, Desespero foi adaptado para as telonas, com o título em inglês ‘Desperation’, traduzido como ‘Desespero’, sob a direção de Mick Garri, tendo como roteirista o próprio Stephen King e distribuído pela American Broadcasting Company.
Aparentemente a ideia era fazer uma série de dois episódios, porém ao fim decidiram rodá-lo como um filme com duração de 131 minutos, aproximadamente.

Um elogio em especial à história de Desespero que é bem feita, coerente e trágica ao mesmo tempo (lamento tanto, David), e nem preciso dizer que o terror e a violência – acredito que já são marcas registradas de Stephen King – são chocantes e chegam a arrepiar em algumas partes (pelo menos a me arrepiar, pois não gosto de animais peçonhentos). E deixo aqui meu luto pelo gato da primeira página...

Comentários

  1. perfeito e ao final da história o escritor John Marinville acaba se destacando bastante também

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