Resenha
Literária: Feios
Por: Natty Faria
Título: Feios Vol. 01 – Feios
Autor: Scott Westerfeld
Editora: Galera Records
Ano de lançamento: 2005 (EUA) / 2010 (Brasil)
"Tally está prestes a completar 16 anos e mal pode esperar para se tornar perfeita. No mundo de Tally, no décimo sexto aniversário, a pessoa passa por uma cirurgia que a torna perfeita, e passa a morar em um lugar onde tudo o que precisa fazer é se divertir. Falta pouco, mas até lá, Tally é feia. Mas a amiga de Tally, Shay, não compartilha dos mesmos objetivos. Shay não aguarda ansiosamente pelos 16 anos, porque ela não quer ser perfeita. Quando Shay foge, Tally se vê diante de um dilema: encontrar e trair sua amiga, ou nunca ser perfeita."
Feios me conquistou desde a
primeira página. A forma como o mundo de Tally, suas emoções e o desenrolar da
história é descrito flui de maneira natural e rápida. Antes que eu percebesse,
já estava na página 50 e ansiosa pelo que vinha pela frente.
A história se passa em uma cidade onde as pessoas são divididas: Vila dos Feios (onde moram os adolescentes dos 12 aos 16 anos), Nova Perfeição (onde moram os novos perfeitos) e Vila dos Coroas (onde moram as pessoas mais velhas, que já formaram família). Nesta cidade, todas as pessoas dos 12 aos 16 anos são considerados apenas como Feios, e no décimo sexto aniversário, passam pela cirurgia que corrige tudo e os tornam perfeitos: lindos de tirar o fôlego, alegres, divertidos...
Além da cidade, tudo o que existem são ruínas, do tempo de antes, quando o povo foi destruído por sua própria irresponsabilidade. O que todos sabem é que as pessoas de antes (chamadas de Enferrujados) guerreavam, não preservavam o meio ambiente, eram obcecados pela beleza – tanto a ponto de alguns desenvolverem doenças ou cometerem atos impensados motivados pela inveja – entre outros problemas. Tornar as pessoas perfeitas solucionou estes problemas: as pessoas agora eram iguais, eram ensinadas desde crianças a respeito de como o mundo já havia sido destruído uma vez (evitando assim que acontecesse de novo) e viam os Enferrujados como tal como eles eram: um povo diferente, ignorante em muitos aspectos, ingênuo em outros e acima de tudo: um povo irresponsável que causou a sua própria destruição.
Mas ser igual é bom? Até onde devemos ser “iguais”? De forma abstrata? De forma literal?
A ditadura da beleza é, na minha opinião, um dos males do século; afinal, todos queremos ser e nos sentir belos. Não apenas belos, mas nem que seja por um momento, estonteantes, deslumbrantes, lindos de tirar o fôlego. E quantas não são as pessoas que, perseguindo este ideal, desenvolvem doenças ou gastam milhares em cirurgias? E o resultado em grande parte das vezes, é insatisfatório ou trágico.
Conforme o livro avança, outras questões de igual relevância são levantadas, mas a questão central permanece latente: vale a pena permitir que alguém mude totalmente quem você é? O que você perderia com isso? Por que você deve ser parte de um rebanho, igual a todos os outros?
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