Resenha Literária: O Pistoleiro
Por: Natty Faria
Título: O Pistoleiro Vol.01
Série: A Torre Negra
Autor: Stephen King
Editora: Objetiva / Suma das Letras
Ano de lançamento: 1982
"Roland Deschain é último descendente do clã de Gilead, e derradeiro representante de uma linhagem de implacáveis pistoleiros desaparecida desde que o Mundo Médio onde viviam “seguiu adiante”. Para evitar a completa destruição desse mundo já vazio e moribundo, Roland precisa alcançar a Torre Negra, eixo do qual depende todo o tempo e todo o espaço, e sua verdadeira obsessão, sua única razão de viver. O pistoleiro acredita que um misterioso personagem, a quem se refere como o Homem de Preto, conhece e pode revelar segredos capazes de ajudá-lo em sua busca pela Torre Negra, e por isso o persegue sem descanso."
O livro começa com o pistoleiro perseguindo o homem de preto através do deserto. Ele acredita que o homem de preto possui as respostas que ele procura para que possa alcançar a Torre Negra – a obsessão de sua vida.
Enquanto vaga pelo deserto perseguindo o homem de preto, Roland se vê, muitas vezes, estabelecendo relações passageiras e refletindo muito a respeito do seu passado. Em um destes casos, ele conta a um homem com quem pernoita após a morte de seu jumento sobre Allie, uma mulher com quem se relacionou. Independentemente do tipo de relacionamento que ele e Allie tiveram, o que tem maior importância nesta história é: a passagem do Homem de Preto – que inclusive ressuscita uma pessoa –, informações que ele obteve com uma fanática religiosa e o reencontro com uma figura de seu passado.
Roland retorna, posteriormente, ao local onde esteve com Allie, e é lá que ele mata todos os habitantes do lugar chamado Tull. Depois disso, ele se vê novamente no deserto e conhece Jake. Jake é um garoto que foi levado para aquele mundo pelo homem de preto, e juntos, eles o perseguem pelo deserto e por montanhas. Durante este período, Roland se afeiçoa a Jake e conta a ele coisas sobre o seu passado, como a primeira execução que presenciou e como atingiu a maturidade.
Naturalmente, havia um preço a ser pago que custou algo que o Pistoleiro amava. Mesmo sem dar spoilers a respeito do que acontece nos outros livros, fica claro que ser amado por Roland não é sinônimo de segurança. É como se o pistoleiro estivesse fadado a perder tudo o que ama. Mas quando se vê frente a frente com o homem de preto, o futuro de Roland é revelado nas cartas, o homem de preto lhe mostra uma visão e conversam sobre o universo. Quando acaba, Roland está mais velho, diante dos ossos do homem de preto, e retoma a sua jornada a partir da praia.
Roland é o meu personagem favorito da Torre Negra, sem dúvidas, principalmente por causa de sua determinação em atingir o objetivo. Sinto que falta esta tenacidade nas pessoas de agora. É como se todos os sonhos atuais fossem subjetivos, as pessoas tendem a desvalorizar aquilo que querem por causa de emoções passageiras. É claro que o preço que ele paga é alto, mas a sua força e sua fé no Ka o impelem a continuar em direção à Torre Negra, mesmo que seu caminho seja marcado por tudo o que perdeu. Nem todos teriam esta coragem – talvez nem eu mesma tivesse – e por isto, admiro que ele a tenha.
Ler o Pistoleiro sempre me deixa nostálgica pelos próximos livros. Não curiosa (porque já sei o final da série) mas nostálgica, porque é um dos melhores livros que li. Stephen King consegue colocar em palavras simples aqueles que podem ser os maiores terrores de uma pessoa, e faz isto com uma qualidade assustadora. As cenas de flashbacks, que contam sobre o passado de Roland sem dúvida são as minhas favoritas, pois tem aquele ar de narrativa medieval (que eu adoro).
O livro “O Pistoleiro” é altamente recomendável e cumpre bem o seu papel de prólogo para uma aventura que perdura por 7 livros.
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