Resenha Literária: O País do Carnaval de Jorge Amado

  

Resenha Literária: O País do Carnaval de Jorge Amado

Por: Natty Faria

Título: O País do Carnaval

Autor: Jorge Amado

Editora: J. Olympio

Ano de lançamento: 1931

"Filho de um rico produtor de cacau, Rigger volta ao Brasil depois de sete anos estudando direito em Paris. Num retorno marcado pela inquietação existencial, ele se une a um grupo de intelectuais de Salvador, com o qual passa a discutir questões sobre amor, política, religião e filosofia. Dúvidas sobre os rumos do país ocupam o grupo."

O livro nos apresenta a um homem insatisfeito com a vida, consigo mesmo. Paulo Rigger não conhecia seu país ou seu povo e era uma pessoa dada a julgamentos e oposições, para tentar, assim, encontrar um sentido na vida. Sem fé, sem perspectivas e sem filosofia, Rigger vive a sua vida a criticar, com frieza, a cultura brasileira ao mesmo tempo em que quer participar dela.

O tema central deste livro é a procura da felicidade e o que pode defini-la. Enquanto acompanhamos a história de Rigger vemos ele ceder às tentações mas deixar a sua felicidade de lado apenas porque ele não podia aceitar os erros dos outros. Embora negue, ele é um homem que procura incansavelmente a felicidade no amor romântico, primeiro com Julie (uma prostituta com quem ele tem um envolvimento que termina em traição e agressão física) e depois com Maria de Lourdes (uma boa moça que ele não consegue perdoar apenas pelo fato de ela não ser mais virgem). 

O livro é bastante reflexivo. Questões sobre o amor, política, religião, filosofia, os rumos que o país pode (ou não tomar), homossexualismo e homofobia, preconceitos, satisfação pessoal, crenças e valores individuais são discutidos pelo protagonista e seu grupo de amigos. Grande parte da história é contada por meio destas discussões construtivas, que levam o leitor a pensar e a concordar ou discordar de suas opiniões.

Além disso, o Carnaval tem um cenário muito importante na história, em especial para mostrar a cultura brasileira de divertimento. Um elogio em especial à escrita de Jorge Amado e às citações de obras literárias neste livro (como Iracema, de José de Alencar).