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Resenha Literária: O Diário de Anne Frank

 

Resenha Literária: O Diário de Anne Frank

Por: Natty Faria e Gabriel Manoel


Título: O Diário de Anne Frank
Autor: Anne Frank
Editora: Record / Ciranda Cultura (edição brasileira)
Ano de lançamento: 2003 (edição brasileira)
Tradução: Elia Ferreira Edel e Georgia Mariano

"O Diário de Anne Frank é um livro escrito por Anne Frank entre 12 de junho de 1942 e 1.º de agosto de 1944 durante a Segunda Guerra Mundial. É conhecido por narrar momentos vivenciados pelo grupo de judeus confinados em um esconderijo durante a ocupação nazista dos Países Baixos."


A primeira coisa que deve ser esclarecida sobre este livro: não se trata de um livro fictício para entretenimento, e sim, de um registro histórico do ponto de vista de uma garota judia em meio a Segunda Guerra Mundial. Recentemente, houveram alguns comentários no Twitter a respeito do estilo de escrita de Anne Frank, com os quais não concordo. Dito isto, a escrita de Anne Frank é, na minha opinião, excelente se considerarmos a época, a idade e as condições sob as quais ela escrevia. 

Anne Frank escreveu seu diário entre junho de 1942 e agosto de 1944, quando ela tinha entre 13 e 15 anos. O início de seu diário conta as condições sobre as quais ela vivia, na Holanda, e sobre as condições dos judeus que estavam piorando com o tempo. Anne, mesmo com 13 anos, demonstra grande preocupação não apenas consigo, mas com todas as pessoas que estavam sendo prejudicadas pelo nazismo e antissemitismo.

A maior parte do diário foi escrita quando a família Frank estava no anexo secreto, dividindo-o com outra família e um gato. Anne conta sobre seus sonhos, segredos, virtudes e vícios nesse diário e faz a mesma análise crítica dos outros membros do anexo secreto, incluindo em sua narrativa algumas discussões bem detalhadas e momentos de celebração.

Anne Frank era uma garota inteligente, forte, paciente, perseverante e altruísta. Como todas as garotas de sua idade, ela sonhava com amores, futuro, casamento, talvez. Sonhava com o fim da guerra, com sobreviver a tudo pelo que estava passando, e morreu em um campo de concentração pouco tempo depois de sua mãe e de sua irmã. Otto Frank, seu pai, foi o único sobrevivente da família Frank durante a guerra, e faleceu em 1980.

O livro contém relatos que nos deixam ansiosos, temerosos e com um nó na garganta, intensificado por sabermos que tudo aquilo foi real, que realmente houve um tempo – que ainda existe, diga-se – em que algumas pessoas são consideradas como inferiores. Isso é revoltante e decepcionante, mas nos lembra que não devemos desistir de buscar a igualdade. 


Curiosidades sobre o Autor(a): Na primeira versão muitos trechos foram censurados pelo próprio pai, que tinha consciência do quanto seria controvertido, nesta época, divulgar os conflitos entre mãe e filha, bem como revelar aspectos da sexualidade emergente de Anne. 

Em edição posterior o diário foi publicado integralmente. Anne morreu em pleno campo de concentração, em Bergen-Belsen, em fins de fevereiro de 1945. O Diário original está preservado no Instituto Holandês para a Documentação da Guerra. Os direitos autorais da obra de Anne estão reservados ao Fundo Anne Frank, localizado na Suíça, uma vez que Otto Frank faleceu em 1980.

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